domingo, 20 de maio de 2012


Poderes intencionalmente invertidos.

Rogério Lima e Alex de Oliveira – texto e interpretação, respectivamente.
  
Enquanto os homens exercem - Seus podres poderes - Morrer e matar de fome - De raiva e de sede – São tantas vezes - Gestos naturais...  Caetano Veloso.
 A democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos só se tornam cidadãos quando lhe são reconhecidos alguns direitos fundamentais. Norberto Bobbio.

      É terreno movediço querer inverter a crítica em direção a quem aponta e demonstram defeitos e intolerância de alguns agentes políticos “caras de paus,” torturadores de jovens, adultos e velhos jogados ao léu.  Jogados nas ruas, nas calçadas e, literalmente, no monturo como vimos e constatamos no lixão da cidade de Itaberaba. O povo não pode entender como o melhor administrador público, aquele que leva o chiclete com banana para vossas cidades. Enquanto ao lado as pessoas sofrem e morrem de fome, de raiva e de sede como disse Caetano em música de protesto.
    Mais do que uma conversa devemos desenvolver uma ação franca, de resultado e de participação de todos.
  Será que uma imprensa livre e independente no pleno exercício de sua missão de ”olhar de lince”, deve temer a hostilidade e as frágeis sustentações de seus eventuais criticados, quando ocorrer da necessidade de contestá-los¿.               
  Certamente que não. A imprensa descompromissada pode até conseguir destruir pessoas em curtíssimo espaço de tempo. Mas, a imprensa responsável e que pretende construir a paz social e a verdadeira democracia da qual nos inserimos, não. Absolutamente não. Esta, embora firme, veemente e muitas vezes até impiedosa em suas sustentações colocará seus pontos de vistas doa a quem doer. E o fará com intrepidez, altivez, mas com cautela. Principalmente, quando o que se pretende de modo aberto e escancarado seja confundir e inverter que o outro é quem confunde ao contrário deste. Noutro ângulo vale enumerar que quem labora com independência e isenção nunca será alcançado nem por uma e nem por outra espécie de imprensa.
    Tem momentos que a mídia se pronuncia no sentido figurado e metafórico e noutros instantes de forma direta e concreta. De modo que a comunicação alcance seu fim.     
  Agora imaginemos todos sem a atuação jornalística ante os fatos tenebrosos que ocorrem em nossa sociedade. A imprensa é alfa e ômega entre os poderes. Em momentos ela atua preventiva e antecipadamente e noutros instantes ela atua ostensiva e repressivamente. Em ambos tem-se revelado eficiente. Horas apaga fogo horas incendeia.
   Paulo Queiroz em seus ensaios críticos diz que, “em vez de enfrentarmos problemas em suas causas, em suas raízes, tentamos combatê-las em suas consequências, tardia, burocrática e simbolicamente; e isso equivale a não combatê-las – prossegue o nobre professor dizendo que o povo brasileiro acredita ser livre, mas, está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do executivo e do parlamento, pois eleitos os seus membros, o povo volta e escravidão, a um nada. Mais importante que proclamar que o poder emana do povo que o exerce diretamente ou por meio de seus representantes (CF, art. 1º, parágrafo único), é reconhecer que todo poder deve ser permanentemente avaliado, permanentemente criticado e, sobretudo, permanentemente controlado pelo povo, sem maiores restrições”.
   Mas o que vivenciamos é que o poder emana sim do povo, mas, o exercício de seus representantes ou pelos próprios outorgantes é falácia.
     Pois é nosso amigo, que nos ouve, que nos respeita e que nos incentiva a continuar coesos e perseverantes nesta luta de tentar efetuar defesa em favor de quem entendemos não reunir forças para o combate – contra quem, compreendemos ter a insensibilidade e a intenção de aniquilar tudo e a todos em nome do “eu” e da vaidade pessoal.
      Altruísta é aquele que pensa no bem estar da coletividade. Este não existe mais. Tudo porque muitos estão convencidos em defender seu pão, seu sustento, o cumprimento de vossos objetivos, a concretização de sonhos particulares, ainda que para isto frustre o sonho do outro ou comprometa o pão e o sustento do igualmente defensor da mesma farinha, do mesmo alimento, só que com intenções salutares. Enfim, salve-se quem puder. São estes os exemplos que tornam alguns poucos impotentes e sentindo vergonha de si, como tão bem interpretou em declamação poética o contador de causos Rolando Boldrin.
     Nesta oportunidade, ratificamos que a assistência social e secretaria de saúde, assim como o governo do município, em seu todo, tem ações quase nulas e de pouca efetividade, contrariamente, a que se pretendeu afirmar na imprensa. Reiteramos: Nossa crítica não é direcionada nem para A e nem para B no campo pessoal. O apontamento continua não sendo para o poeta, mas, para a poesia. Para a poesia mal feita, sem imaginação, desprovida de inspiração, simplesmente, porque é revestida de intenção outra que não a de fazer o bem sem esperar troca, paga ou retorno.
    Sugerimos ação conjunta de todas as secretarias, uma dando suporte à outra para retirar os pedintes e viciados em drogas desde sempre das ruas e das portas dos supermercados da cidade – na minoração do sofrimento do homem do campo que recebe uma pipa de água não muito potável e pura hoje para outra somente daqui a quarenta ou sessenta dias – ao tempo em que os plagiadores de autoria da doação se posicionam de maneira discriminatória e humilhante quando concentra prioridade em correligionários ou em que lhe promete o voto nas eleições – na falta constante do atendimento aos pacientes em busca da saúde nas unidades públicas precárias e caóticas – no fechamento peremptório de unidades de inclusão digital que objetiva incluir o jovem – no desrespeito aos velhos, à criança e ao adolescente – na negativa do emprego sem insinuação do favor eleitoreiro, o que só ocorre pela via do concurso público – no aumento injustificável do fornecimento de cestas básicas nos gabinetes itinerantes e no momento em que se antecipa o pleito eleitoral. É necessária cláusula penal fortíssima para os descumpridores da lei, quando tal indiferença ou atuação fraudulenta cause abalos a moral e afronta a dignidade das pessoas. Uma punição que deveria se estudar a possibilidade real de perder todos os bens, inclusive os adquiridos antes do exercício do mandato. Condenação à pobreza. Dai nem carecia de prisão. Pois o mais importante para estes são as posses e o dinheiro. Certamente morreriam de tristeza.   
    Um destaque para a questão concurso público, imposto pelo ministério público estadual e do trabalho contra a teimosia da prefeitura em não realizar o certame.
   Cumpre-se o Termo de ajustamento de conduta somente agora, se se cumprir de fato. Caso ocorra, possivelmente, protelarão a posse de parte ou de todos os aprovados apenas para após o pleito eleitoral – Dai o rei pousa para seus súditos como quem preservou contratados para garantir seu voto e a recomendação doutros através destes e ainda fica bem na foto com os concursados que acalentam a doce ilusão de cumprimento de dever. Por ter a garantia do trabalho atendida ainda que tardiamente. Só que os contratados terão que ser ao menos uma grande parte, traídos e dispensados de vossas atividades. Isto é lógica. Agende uma consulta com o matemático mente brilhante que ele explica melhor.
    Contudo, ainda há quem fale que está tudo bem e tudo a mil maravilhas. Como num conto de fadas, completamente diferente da realidade, nua, crua e de sofrimento de muitos.
    E FINALMENTE, quer acreditem ou não, não somos oposição, mas, somos oponíveis a todos os desmandos e indiferenças perpetradas por quem não cumpre promessas e a obrigatoriedade de suas funções.
                                Opinou em editorial o CONEXÃO VERDADE – em 17.05.2012.

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