sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CONEXÃO VERDADE MINHA CASA MINHA VIDA

 
A GRANDE FESTA DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA, A DIGNIDADE IGNORADA DAS PESSOAS E A CONTINUIDADE DE OUTROS PROBLEMAS GRAVES DA SOCIEDADE.
Texto e redação de Rogério Lima de Oliveira
Narração e voz de Alexsandro de Oliveira Pereira.
rogeriogol@gmail.com
Assunto: EDITORIAL  DESTA SEXTA FEIRA, DIA 28/10/2011.
             O professor Luís Roberto Barroso, ao explicar sobre o caráter irrenunciável e indisponível da dignidade da pessoa humana, relata-nos a história da prática de arremesso de anões, ocorrida em discoteca nos confins da França, que consistia em arremessar cada vez mais longe estes pequenos humanos. De modo que a tamanha violência que lhes causavam sérios ferimentos físicos e talvez emocionais. Fala-se talvez porque, após tornar-se aquela prática comum, um grupo de advogados resolve ingressar com ação requerendo do juiz punição severa aos lançadores insensíveis.
          Ocorre que, quando foi oportunizada a contestação, os anões, instrumento e supostas vítimas, surpreendentemente, diz que não, que gostavam de assumirem e desempenharem os papéis de sofredores, argumentando que a prática os mantinha em destaque e os distanciavam da monotonia e da indiferença das pessoas. Declarava que para eles também a brincadeira era uma diversão.
          Moral da história:
         O magistrado proibiu, terminantemente, a prática. Por entender que a dignidade da pessoa humana é de tão relevante importância, que nem mesmo a pessoa massacrada e, eventualmente, masoquista pode abrir mão da vida com dignidade.
         Com isto permita-nos mais uma história. Desta feita, mais contemporânea e atual ocorrida ontem transmitida pela TV, na sagrada hora do almoço.
         Um jovem de algemas em punho e lágrimas a rolarem, compulsivamente, confessava crime por ele perpetrado, o qual tipificado como latrocínio, balbuciando perdão à vítima e a comunidade, ao mesmo tempo, porém, em que pedia desculpas à sociedade, imputava ao estado um caráter de omissão e descaso quanto aos jovens escravizados pelas ruas infestadas de crack, a mais letal e mortal das drogas. Além de o acusado ter verbalizado sua conduta desabonadora e que lhe trancafiaria na masmorra, como é conhecido o cárcere no Brasil, o rapaz anunciava sem muita fé no convencimento de suas palavras e sem ser exatamente do jeito que as traduzimos, que o estado brasileiro e neste caso, sobretudo, baiano é primeiro culpado por não esboçar perspectivas concretas e efetivas para estes que vivem nas ruas da amargura, “sem eira e nem beira”.  Contribuem para isto, a educação pouco eficaz e a falta de emprego e trabalho dignos.
          Tudo isto sem considerar a imprudente atuação de alguns jornalistas televisivos que agridem, inexoravelmente, alguém que, culpado ou não já se encontra rendido e imobilizado. Neste caso percebíamos o reconhecimento sensato de uma delegada que na própria expressão facial e palavras desabonava a atitude do jornalista de boca tão grande em diâmetro físico quanto nos efeitos devastadores de sua desumanidade diante de violência a imagem e personalidade da pessoa humana.
          Observem bem, se o governo dito como diligente de Jaque Wágner é de todo coerente em suas assertivas nos campos da saúde pública e da educação. Esta, reconhecida  pelo prêmio nominado de TOPA que o levaria o governador  a receber na capital do Brasil logo mais após cumprir agenda de entrega das habitações batizadas de A VIDA DAS PESSOAS. MINHA CASA MINHA VIDA. Tema publicitário inteligentíssimo.
         Voltaremos já - já para as casas. Mas primeiro vamos falar da incompatibilidade do prêmio TOPA para com a educação de Itaberaba.
Enquanto o governo do estado é premiado, as escolas  daqui  pararam por recomendação imposta pelo governo municipal. Tudo para demonstrar popularidade ao governo dos baianos, que pouco demonstra interesse pela educação daqui, também estado da Bahia. Houve vereador da base governamental local que em argumento frágil, disse que as escolas pararam para uma aula na inauguração da central dos alimentos que João fez coincidir ponta pé inicial com a visita de seu mais novo amigo, o governador Wagner. Tomara Deus que a amizade perdure por toda uma vida, ainda que os votos venham algum dia lhes faltarem. Governador, a coisa não é bem assim. De fato o prefeito não é de todo ineficiente, mas, certamente, não é de todo diligente e realizador. A assessora Ana Alice parece que só visitou a câmara de vereador, onde setenta por cento dos parlamentares é base de sustentação do gestor municipal. Estes deveriam dar suporte e sustentação aos munícipes.  O prefeito acha que só governa com os sete Edis. Talvez deva a assessoria do palácio de Ondina, da próxima vez transitar pelos bairros, zona rural, escolas. Quem sabe recomendando acompanhamento ou uma simples visita à imprensa local, atendendo aos telefonemas e clamores de ouvintes que clamam atenção para o conexão verdade, voz da comunidade e programa André Rocha.

          Retornando um tanto e já para terminar nossa crônica opinativa de hoje, mencionamos a festa da entrega das casas. Pena que se deu de maneira simbólica e as pessoas têm urgência de tê-las de forma plena e integral. Mas, os caminhos percorridos para possuí-las, não foram das mais fáceis de trilhar. Primeiro que governo não deu nada gratuitamente. Cobrou preço acessível isto foi, mas, exigiu renda compatível e nome ‘limpo’ nos órgãos de crédito. A exigência é descabida, desnecessária e além de contraditória, viola a dignidade das pessoas. Quem teve seu direito negado por conta disto, pode se socorrer do estado/juiz, que este obrigará a instituição bancária da habitação a relevar tal falta.  De certo modo, pela publicidade exagerada que fazem e por aqueles que se apresentam como para da criança, parece-nos que estamos a vivenciar uma relação comercial e não uma ação social que visa a diminuir o gritante déficit habitacional em nosso Brasil e, especialmente, da Bahia. Bahia de todos. De paulista, mineiro, paranaense e carioca. Carioca como Wagner que o estado acolheu e deu mandato.
           Descerrar faixas e inaugurar obras em clima de festa é muito bom e a população vai junto. Mas vender por preço acessível e com desproporcionais exigências, insinuando doação e trabalho incansável, ah não. Se bem que só poderíamos considerar o preço justo caso fosse a negociação imobiliária ocorrida entre compradores de poder aquisitivo diferenciado. Existem mais inúmeras outras necessidades urgentes em Itaberaba. Agradecemos a Deus pelo governo federal devolver ao menos um pouco do que o povo lhes investe ao longo do tempo. Clamamos agora esforços para a segurança pública e saúde. Exatamente nesta ordem. UTI e regional prontos, funcionando a contento como Wagner e o Jorge Sola prometeram. Agora o secretário estadual de saúde já sabe que a daqui não funciona. Ele deve ter confundido com outro município.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estas vialações são apenas algumas das quais políticos partidários corruptos estão, quotidianamento, a desrespeitar. Estão preocupados com suas eleições, abrindo mão de ideologias e ética. Características que não mais lhes pertecem.

Quanto a dignidade humana, esta estão sendo, permanentmente, desrespeitadas por representante de imprensa arrogante, chefe de polícia ou de corporação violentos e muitos outros que vivem por ai a dar carteiradas.