A saúde e a prestação de serviço público que se propaga
não condizem com a realidade em que vivemos
Rogério Lima de Oliveira e Alex de Oliveira – Texto e
interpretação, respectivamente.
Em junho de 2009, o ministro Celson de Mello, decidiu
chorando, copiosamente, em favor de uma criança do distrito Federal que nascera
com doença rara denominada síndrome de West. O decano e muito culto ministro do
STF, ponderou acerca de tamanha afronta a dignidade humana, dado a frieza do
estado diante de gravíssimo problema de saúde de criança vulnerável. Disse
assim o ministro: "ESSE
CASO MOSTRA QUE HÁ PROCESSOS EM QUE O PRÓPRIO JUIZ SE EMOCIONA E SE ANGUSTIA,
TAL O GRAVE QUADRO DE DESAMPARO SOCIAL QUE SE ABATEU SOBRE UM SER HUMANO TÃO
VULNERÁVEL, CAUSADO PELA FRIEZA BUROCRÁTICA DO APARELHO DE ESTADO E AGRAVADO
PELA INSENSIBILIDADE GOVERNAMENTAL. O STF
, NO ENTANTO , RESTAUROU A ORDEM JURÍDICA VIOLADA E FEZ PREVALECER , EM FAVOR
DE UM MENOR INJUSTAMENTE POSTO À MARGEM DA VIDA , COMPLETAMENTE ULTRAJADO EM
SUA ESSENCIAL DIGNIDADE , AS
PREMISSAS ÉTICAS QUE DÃO SUPORTE LEGITIMADOR AO NOSSO SISTEMA DE DIREITO E AO NOSSO SENTIMENTO DE
JUSTIÇA!"
Para que os
apontados a seguir nos contestem acerca da frieza e inércia do poder público
ante a uma saúde deficiente e de faz de conta, vão ter que desdizer antes as
declarações do voto do eminente ministro José Celson de Mello, do Supremo
Tribunal Federal.
A secretária de saúde de Itaberaba diz que a saúde daqui não é
ruim e que há médicos especialistas por toda parte. Em todos os psf’s. Sentimos
muito, amiga Maria, mas não é verdade. Lamentamos por demais amigo João, mas,
isto é um equívoco. Uma mentira. O atendimento à saúde com efetividade em nosso
município é quase nulo e o povo sofre muito. Sofre demais. E ainda ouvir
publicidade e propaganda dizendo o contrário fomenta e estimula ainda mais as
doenças. Principalmente, a doença da frustração, da tristeza, da depressão e do
desânimo.
Todos estão preocupados e daqui a pouco ocupados, única e
exclusivamente, com a eleição e com o futuro eleitoral de vereadores, de
secretários, de postulantes outros e de prefeito daqui do município. Uma parte
pequeníssima da população, que são viciados políticos se coloca disponíveis para a
comercialização do voto, estes não poderão contaminar a outra parcela
consciente e ciosa de sua importância para com a cidadania e a democracia que
dizem que temos que construir. Ontem mesmo, participante ouvinte denunciou
suspeita de promessas inexequíveis de pessoa de sua comunidade visando à
eleição. Estaria o citado por ela, a serviço de quem?
Talvez você esteja se inquietando na cadeira a nos perguntar o
que isto se relaciona com a saúde. – Respondemos, prontamente, senhores. Em
tudo. Você acha que temos uma titular da saúde comprometida em organizar e dar
um verdadeiro atendimento de saúde efetivo aos pacientes usuários de tal
sistema falido e precário ao mesmo tempo em que tentou disputar posto
diversamente do que ora representa. Ou seja, ameaçou correr com grande
velocidade atrás de vaga no parlamento, deixando trabalho inconcluso e pendente
no primeiro posto que lhe foi confiado. Tudo porque a prioridade primeira sou eu, a segunda sou eu e
terceira os meus. Enquanto
isto, vemos médico profissional que deveria ser respeitado, se imiscuir ou se
meter na atividade política partidarista que consiste em mostrar o que não é.
Neste aspecto, então, os vereadores insurgentes estão corretíssimos. Mas, estão
de igual forma erradíssimos em não cuidar, diligentemente, de vossas próprias
atribuições, que é o de fazer a saúde concreta. Se o prefeito falha é por
autorização de um parlamento frouxo em sua fiscalização. E como o que vale é a
maioria soberana colegiada, responde todo o parlamento por tal
irresponsabilidade.
Muito infeliz declaração do médico que nos visitou ontem em
companhia da secretária de saúde, quando este insinuou que deveríamos contestar
o ouvinte que tem atendimento negado ou demorado, como, por exemplo, mãe que
chega com seu filho ardendo em febre de mais de 40 graus, tendo atendimento
negligenciado por conta de horário, disto ou daquilo. Ninguém vai a um hospital
na madrugada como se fosse a um centro de compras ou a um shopping center, doutor. E caso haja paciente
sobre seus cuidados em situação pior e mais grave, deveria o poder público que
arrecadou dinheiro através de nossos impostos para que gerisse honestamente,
administrasse com responsabilidade o dinheiro que em forma de um consórcio
colocamos em vossas mãos, para que contratasse profissionais suficientes para
salvar vidas tanto de uma como de outra especialidade. Cada qual no seu
quadrado. A secretária o jogou numa fogueira em chamas, doutor. Sejam na pediatria,
geriatria, patologias cardiovasculares e outros – que, por conseguinte traduzem
as doenças das crianças, dos velhos, do coração, das artérias, enfim, da
prestação de serviço à saúde eficaz, é dever e não troca de favores. Outro dia,
o redator desta opinião aguardou na emergência do Hospital Geral de Itaberaba
para um atendimento de sintoma emergencial de dor repentina e que receava e
suspeitava-se de infarto, pois, dado a vida estressante e desregrada da qual
vivemos, até gases é motivo para causar medo e temor. Ocorre, que a paciente
aguardou na emergência das 7:30 às 10:30h da manhã sem que o médico chegasse a
unidade de saúde. Quantos exemplos necessitam mais, secretária¿ Quantos,
prefeito¿.
O genial Millôr Fernandes que nos deixou, recentemente,
dizia que, “O cara só é
sinceramente ateu quando está muito bem de saúde”. Muitos, quando estão bem até
imaginam que não precisam de Deus. E se do auto da arrogância for pessoa
detentora de muito dinheiro ai é que a insensibilidade aflora a flor da pele.
Governador Mangabeira dizia “que
quem não tem tempo de cuidar da saúde terá que arranjá-lo para cuidar da
doença”. De modo que as duas
assertivas servem para nos convencer de que quando a dor não é em nós temos até
um discurso retórico e mentiroso e nos alerta e adverte também de que temos que
nos aderir mais a mobilidade, o exercício físico e a alimentação correta para
que os gastos futuros não sejam por remédios e de visitas frustradas ao médico.
Tem-se que acabar com a ideia de que o atendimento médico qualificado é ação
graciosa e de prestação de favor de partidaristas. Canalhice à parte, senhores.
Isto é desumanidade. É tirar proveito de situação adversa e de grande dor.
Não adianta nenhum assessor de governos alinhavarem
estatísticas e comparativos inúteis, irresponsáveis e imbecis. Não podemos
continuar a viver num mundo das imbecilidades. Ninguém quer saber do governo
desastrado de ontem, pois, quando o administrador de hoje foi eleito e escolhido
foi com a promessa de que acabaria com o caos, com a inércia e a indiferença
pertencentes ao desastrado que se pretendeu substituir outrora.
Há quem afirme que, o
discurso político sempre será o mesmo: educação, segurança, saúde e corrupção. Que
pena que corrupção encontra-se inserido, “intrusamente”, nestes outros mencionados.
Destaque, porém, para saúde. Esta é o primeiro bem jurídico tutelado. Repetimos
isto em nossos editoriais incansavelmente. Eles não querem um povo instruído
para que este não aprenda a manejar as pertinentes ações judiciais de obrigação
de fazer e de prestar o serviço previsto na lei maior, que é a constituição
federal.
Noutro dia ouvimos em sessão de câmara, um vereador contestar
outro dizendo que parlamentar não tinha nada que se meter em questões
particulares de hospital privado. Engana-se, redondamente, o defensor às
avessas, que em vez de defender seus representados, qual seja o povo,
apressa-se em justificar e defender empresa da qual é simpatizante. Todos
sabem, porém, que o controle externo sempre será público e o agente político
pode sim intervir em situação em que esteja em jogo a vida.
Membros deste programa em visita a
empresário em Feira de Santana, ouviram a seguinte leitura para os visitantes: de que a microrregião da qual
Itaberaba é cidade principal, possui 640 mil habitantes e Irecê, central de
outra microrregião 440 mil. Ou seja, duzentos mil habitantes de diferença.
Dizia em seguida o empreendedor, mas ainda assim, Irecê tem as seguintes
concessionárias de quatro rodas: a
Gm, a Volkswagen, a Ford, a Marsey Férgson de trator e Itaberaba nenhuma.
Porque¿ - Porque falta político atuante. A cidade de Milagres tem 10 mil
habitantes e tem 80% de suas ruas e avenidas asfaltadas. Itaberaba nem 20%.
Milagres com dez mil pessoas tem defensor público, Itaberaba, por hora, com
dimensão quatro vezes maior, os pobres estão sem defesa. Outro absurdo que
vemos é que aumento de funcionário público estadual e melhora de hospital
regional não é responsabilidade dos políticos locais¿. São sim. Quem vive aqui¿
- quando os senhores pegam nas mãos de inúmeros deputados, estadual e federal,
assim como de senador da república, é com a ajuda dos votantes daqui que eles
chegam ao poder. Ah, o poder, o problema é sempre este. Quer conhecer a
integridade e diligencia de alguém. Dê-lhe poder. Qualificação que tem mais
deformado que melhorado a personalidade humana.
Até a próxima, e nada contra Maria e
nem a João. Nem contra e por hora, nem a favor. A não ser que estes conquistem.
A coisa não é tão inconquistável assim.
OPINOU DESTA FORMA, HOJE DIA 11 DE
MAIO DE 2012, O CONEXÃO VERDADE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário