domingo, 18 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE ITABERABA NO TEMPO DO MIMEÓGRAFO

      
A educação municipal de Itaberaba ainda mantém mimeógrafos em funcionamento em diversas escolas da sede e da zona rural. Apesar da chegada dos computadores, professores ainda se ver obrigado a usarem o equipamento para produzir material didático para os alunos. Muitas das escolas de Itaberaba ainda as provas e trabalhos com as cópias à moda antiga à fotocópia girada nos mimeógrafos.
O equipamento, inventado em 1887 por Thomas Edison, era preferência nas escolas das prefeituras dos anos 70, 80 e 90.
Muitos nem se lembra daquela maquininha que de uma matriz com papel carbono faz surgir muitas cópias à medida que uma manivela é girada.
Ele é um artefato do passado, mas, infelizmente, também do presente. Não deveria mais ter lugar nas salas de aula, contudo, continua sobrevivendo como ferramenta em muitas escolas em Itaberaba. Tão triste quanto isto é constatar, também, que além de não nos desprendermos de objetos do passado, ignoramos as novas tecnologias.
O computador, projetores de imagem, aparelhos de DVD e de som são mídias mais atualizadas, mas continuam sendo monstros para grande parte dos docentes. Assim como é retrógrado o uso do quadro-negro para transmitir toda a matéria à turma para educação. Para Itaberaba toda esta tecnologia ainda é ausente, ou desconhecida!
E esses mesmos professores dos mimeógrafos ainda querem que seus alunos sejam dinâmicos em sala de aula, que utilizem toda a tecnologia disponível para facilitar a aprendizagem dos discentes. É muita hipocrisia. Ou falta de sensibilidade para não perceber a incoerência do discurso com a prática.
A lousa deve ser utilizada como um meio auxiliar, onde o docente aponta alguma observação que vá surgindo durante a aula. Se existem folhas e a máquina copiadora já foi inventada, por que não usar? Desse modo, ao invés de perder tempo transcrevendo as regras gramaticais para o caderno, o aluno poderá ler com a turma a matéria, realizar exercícios, fixar o conteúdo e unir o que assimilou com todo o conteúdo da disciplina.
A mera cópia para o caderno dos vocábulos escritos na lousa não ensina nada. Aí, abre-se margem para que surjam piadinhas nem tão distorcidas da realidade como a que diz que o professor faz de conta que ensina e o aluno faz de conta que aprende.
Que atrativos terá uma aula com apenas caderno, caneta e um professor sentado falando, se o aluno chega em casa ou vai numa cyber, acessa o Orkut, facebook conversa com outras pessoas pela rede, atende ao telefone, fotografa algo que acha interessante, filma alguém, envia um torpedo e escuta uma música do mp3 pelo fone de ouvido. Há muito mais dinâmica nas interações extra-escolares que dentro da sala de aula. Se o que ele faz na escola tiver relação com o que vive fora dela, a aula será atrativa.
Lógico, a teoria anda muito bem quando dissociada da prática. Pois pôr todo esse palavreado dentro da aula é uma tarefa árdua e que exige grande esforço do professor. Ele necessita estar atualizado com a evolução digital, com os fatos cotidianos e não pode esquecer-se de entrelaçar a essas mídias, as matérias inerentes à série.
Conforme reportagem da revista Nova Escola de janeiro/fevereiro de 2011, existem 67,5 milhões de pessoas com acesso à internet, incluído o uso em lan house e no trabalho. São 34,9% dos brasileiros.
Temos computadores desktop (de mesa), notebooks, netbooks e tablets a nossa disposição. É uma infinidade de aparelhos que nos conectam a internet e com inúmeras funções. É uma realidade que não podemos ignorar. Mais que isso, devemos incluir no estudo. Utilizar a nosso favor as redes sociais como Orkut, Facebook, Badoo e os blogs e sites especializados em disciplinas curriculares.
Os computadores estão cada vez mais baratos e acessíveis. Urgem como necessários em sala de aula na construção do conhecimento do aluno. Aulas iguais às que nossos pais tiveram na infância e adolescência não são mais bem-vindas. Porque não há nada de atraente nelas. Enquanto o professor ficar escrevendo textos e texto no quadro ensandecido mente, seus alunos estarão ouvindo mp3, trocando torpedos ou tirando fotos com seus celulares. E aí, sim, faremos valer a triste máxima de que o professor faz de conta que ensina e os alunos fazem de conta que aprendem.


Esta é a triste realidade da educação no município de Itaberaba, apesar dos 33.969.021,40 (trinta e três milhões novecentos sessenta e nove mil, vinte e um reais e quarenta centavos) no orçamento 2011.



Nenhum comentário: